quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Greenpeace faz denúncia sobre o avanço da pecuária em Mato Grosso, bioma amazônia



O Greenpeace lançou no Fórum Social Mundial, em Belém, no Pará, um retrato da área devastada no estado do Mato Grosso. A publicação "Rastro da Pecuária na Amazônia - Mato Grosso: Estado da Destruição" traz mapas que demonstram a localização geográfica das áreas ocupadas por pecuária e por agricultura na região do bioma Amazônia, naquele estado.

O gado vive o auge de sua expansão na região amazônica. Entre os anos de 1990 e 2003 o rebanho bovino cresceu 140%, passando de 26,6 milhões para 64 milhões de cabeças de gado. Sendo o Brasil o maior exportador de carne do mundo.

Desmatamento

A expansão contínua da pecuária é a principal responsável pelos desmatamentos na Amazônia, segundo o estudo do Greenpeace, 79,5% das áreas já abertas são ocupadas atualmente por pastagens. O laboratório de mapas do Greenpeace na Amazônia analisou imagens do sensor de satélite Modis da área em estudo no período de um ano.
Esse sensor permite avaliar fatores como a reflexão de luz pelas plantas e atividade fotossintética. Com esses indicadores é possível distinguir as áreas ocupadas por pecuária daquelas onde há agricultura.
Na publicação os dados são comparados com informações de infra-estrutura, estradas e dados preliminares do censo agropecuário do Instituto Brasileira de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2006. Os dados estatísticos ajudam a definir o papel da pecuária na destruição da floresta no Mato Grosso.
Solução
O Greenpeace aponta ainda medidas adequadas para solucionar o problema. "O governo brasileiro precisa controlar a expansão da pecuária na Amazônia para poder reduzir gradualmente o desmatamento, até chegar a zero em 2015", afirma André Muggiati, do Greenpeace.
O estudo feito, explica Muggiati, mostra o padrão de dispersão do rebanho bovino no Brasil e na Amazônia.
Além disso, aborda, também a contradição entre políticas voltadas à sustentabilidade e o estímulo dado pelo apoio a atividades potencialmente destrutivas.
O lançamento da publicação "Rastro da Pecuária na Amazônia" faz parte da expedição do Greenpeace "Salvar o Planeta. É Agora ou Agora" pelo Brasil. O objetivo da expedição é alertar a população brasileira sobre os impactos do aquecimento global e a necessidade de se tomar medidas urgentes para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Projeto obriga montadoras a plantar árvores

A Câmara analisa o Projeto de Lei 4380/08, do deputado José Chaves (PTB-PE), que obriga as montadoras de automóveis a plantar árvores em número proporcional à quantidade de veículos que produzirem. A medida vale para qualquer automóvel, utilitário, caminhão e máquina agrícola.A proposta prevê que deverá ser plantada uma árvore para cada veículo produzido de até mil cilindradas; duas árvores para cada veículo produzido com potência acima de mil cilindradas e não superior a duas mil cilindradas; e três árvores para cada veículo com mais de duas mil cilindradas.

Poluição

De acordo com o deputado, é preciso de alguma forma obrigar a indústria automobilística a compensar a poluição produzida pelos automóveis. "Os veículos são responsáveis por 97% das emissões de monóxido de carbono, 97% de hidrocarbonetos, 96% de óxidos de nitrogênio, 40% de material particulado e 32% de óxidos de enxofre na Grande São Paulo", destacou o parlamentar.O projeto prevê que as montadoras poderão, em vez de plantar as árvores, repassar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o valor correspondente ao custo desse plantio.TramitaçãoO projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.Íntegra da proposta:- PL-4380/2008

Fonte Agência Câmara

domingo, 25 de janeiro de 2009

Obama inova na Internet e mostra sua política para o meio ambiente


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já inovou o site da Casa Branca e dá transparência à sua política. Direto do site, veja um resumo das ambições ambientais do novo governo.

Confira as metas do governo Obama-Biden


        • Investir em alternativas e renováveis de energia;


        • Criar 5 milhões de novos empregos, estrategicamente investindo US $ 150 bilhões nos próximos dez anos para catalisar os esforços privados para construir um futuro de energia limpa;


        • Diminuir a importação de petróleo proveniente do Médio Oriente e Venezuela;


        • Colocar 1 milhão de carros híbridos construídos na América;


        • Garantir que 10% da energia elétrica consumida venha de fontes renováveis até 2012, e 25 por cento até 2025;
          Reduzir a emissão de gases em até 80% até 2050;


        • Implantar a baixo custo, energia que seja limpa. Desenvolver e implantar tecnologia limpa do carvão;


        • Priorizar a construção de um gaseoduto no Alasca;

        • Fazer dos Estados Unidos um líder na luta contra as Alterações Climáticas.

        Fonte: Casa Branca, veja a versão em inglês.

        Juízes precisam abraçar a causa ambiental

        Em tempos de mudanças climáticas, os juízes brasileiros não estão preparados para enfrentar a complexidade das causas ambientais. A maior parte da magistratura não tem qualquer formação na área do Direito Ambiental. Além disso, os Tribunais são conservadores e não acordaram ainda para os desafios da interdisciplinariedade que o assunto exige.
        Essas foram algumas das constatações do painel "Direito Fundamental ao Meio Ambiente Equilibrado e a Importância Global da Sustentabilidade Pan Amazônia", que abriu a programação oficial V Fórum Mundial de Juízes, em Belém.
        A mesa, coordenada pelo presidente da Escola Nacional da Magistratura (ENM) e diretor do Instituto O Direito por Um Planeta Verde, Eládio Lecey, contou com a presença de autoridades com grande experiência na área ambiental: a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Consuelo Yoshida; o presidente do Instituto Brasileiro de Administração do Sistema Judiciário (Ibrajus), desembargador aposentado Vladimir Passos de Freitas e da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

        Direito fundamental do meio ambiente

        O diretor do Planeta Verde abriu o painel chamando a atenção para a necessidade de se refletir sobre o próprio título do painel. Para ele, o direito fundamental deve ser do meio ambiente e não ao meio ambiente, pois dessa forma a visão não ficaria antropocêntrica, consideraria todos os organismos, inclusive o homem, integrantes da natureza. “O meio ambiente deve ter solidariedade entre as gerações”, argumentou o desembargador.

        Consuelo Yoshida explicou que até a década de 70, não havia um planejamento estratégico de longo prazo para a região. Mas hoje já se sofre com essa falta de visão. “É preciso medidas severas, rápidas para recompor as áreas”, defendeu. Hoje é preciso considerar a biodiversidade e a sociodiversidade. E mais: disse que os Estados do bioma amazônico não estão cumprindo com os Objetivos do Milênio fixados pela ONU. “Há um descompasso entre os lados econômico, ambiental e social”, comentou a magistrada, referindo-se a frase da juíza do Pará Luzia do Socorro Silva dos Santos. Ela acredita que uma solução seria a remuneração pelo desmatamento evitado.

        Maior interesse

        Já Passos de Freitas defendeu um maior engajamento do juiz contemporâneo, que precisa estudar, pesquisar, adquirir conhecimentos interdisciplinares, e ainda, ter muita sensibilidade. No entanto, poucas faculdades de Direito tem a disciplina de Direito Ambiental, inclusive em tempos de aquecimento global.

        O presidente da Ibrajus apresentou diversas situações da atualidade onde o juiz não está preparado para julgar, como o caso de refugiados ambientais, que tem ligação direta entre Direito Ambiental e Direitos Humanos. O desembargador, que foi presidente do TRF da 4a Região, também afirmou que o juiz precisa estar aberto para o uso de diferentes e criativas formas de provas, como o uso do Google Earth. E, àqueles que não sabem usar de forma inteligente o computador, Passos de Freitas sugeriu que aprendam, com o filho ou com o neto.

        Conciliação

        Para ele, o ideal é a conciliação que considere a preservação ambiental. “Em vários casos se resolve com a conciliação, mas é preciso a recuperação ambiental, não só a cesta básica”, argumentou. O magistrado não está satisfeito com a Justiça Ambiental brasileira. “Ela é demorada e tímida”. Poucos estados dispõem hoje de Varas Ambientais. Esse é um dos grandes desafios do judiciário.

        A última debatedora do painel, senadora Marina Silva mencionou a importância estratégica da Amazônia. Segundo a ex-ministra, a Amazônia gera 20 bilhões de toneladas de água por dia e é responsável por chuvas nas regiões Sul e Sudeste. “É preciso um compromisso intergeracional, a falta dele faz com que se sacrifique recursos para outras gerações”, declarou Marina.

        Segundo ela, a crise do sistema climático causará perdas irreparáveis, que podem provocar a diminuição de 20 a 30% do PIB mundial. “Mas ninguém se preocupa como a mudança do sistema climático”, observou.

        Para a parlamentar, está em risco a vida de 25 milhões de refugiados ambientais. E alertou: a perda da biodiversidade hoje é mil vezes maior que há 50 anos atrás; há 60 milhões de indígenas no planeta que sofrerão com o problema. Marina entende que o enfrentamento dessa crise precisa ser uma prioridade para todos os segmentos da sociedade.
        *Com informações da ONG Planeta Verde e do 5º Fórum Mundial de Juízes em Belém

        Judiciário precisa ser mais atuante na defesa do meio ambiente, diz senadora Marina Silva




        A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva participou neste sábado (24/1) do 5º Fórum Mundial de Juízes em Belém. Ela pediu mais empenho dos magistrados na defesa do meio ambiente e na garantia dos direitos da comunidades indígenas. “A floresta amazônica não vai entrar na Justiça contra os desmatadores. Nós que temos que fazer isso.”
        Ela destacou para os juízes a decisão do Supremo Tribunal Federal em demarcar a Terra Indígena Raposa Serra do Sol em terra contínua, mas disse que é necessário considerar a tendência e o contexto na reavaliação de processos já finalizados de demarcação. “Existem comunidades indígenas de Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná que precisam de revisão na demarcação [que as prejudicaram].”
        Marina fez uma avaliação das políticas de combate ao desmatamento adotadas pelo Brasil e comemorou os números que indicam a redução no desmatamento no ano passado.

        Amazônia sustentável


        De acordo com dados da organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) o desmatamento na Amazônia entre agosto e dezembro de 2008 caiu 82% em relação ao mesmo período do ano anterior.
        “Esses números mostram que foram acertadas as decisões adotadas no início de 2008, quando se fez a moratória para os 36 municípios que mais demarcavam, a criminalização da cadeia produtiva e a resolução do Conselho Monetário que vedou crédito aos desmatadores. Houve um grande questionamento na época que acabou resultando na minha saída. Ver o resultado dessas medidas é uma prova de que é possível buscar a governança ambiental na Amazônia.”
        Além do Fórum Mundial de Juízes, ela participa esta semana do Fórum Social Mundial, que começa terça-feira (27/1) em Belém.
        Ela espera que o Brasil apresente durante o evento um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que beneficie o país e seus vizinhos. Ela defendeu um consenso sobre a inviabilidade do plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal.


        Agência Brasil

        Morador de Fernando de Noronha é processado por desrespeitar o meio ambiente


        O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco conseguiu decisão da Justiça Federal, em caráter de tutela antecipada, que obriga um morador do arquipélago de Fernando de Noronha a se abster de realizar reformas e ampliações em seu imóvel, bem como de ocupar a área em desacordo com o Plano de Manejo, que regulamenta a ocupação humana na Área de Proteção Ambiental (APA) no arquipélago.
        O morador deve também providenciar a imediata remoção dos animais domésticos que se encontram na localidade para o continente, além de abster-se de fazer limpeza da vegetação e derrubada de árvores.
        A ação é resultado de um dos casos da Operação Arquipélago, deflagrada pela Polícia Federal em junho de 2008.
        No âmbito da mesma operação, o MPF já havia conseguido, em outubro de 2008, decisão judicial em caráter liminar que determinou a paralisação das atividades do restaurante Meu Paraíso, situado na praia do Boldró.
        Cerca de outros dez processos relativos à Operação Arquipélago propostos pelo MPF em Pernambuco - dentre ações civis e criminais - estão em trâmite na Justiça Federal.

        Preservação

        Conforme argumentou o MPF na ação, o réu construiu imóvel residencial, no interior da Zona de Proteção da Vida Silvestre da APA de Fernando de Noronha, sem as devidas licenças ambientais. Parecer técnico do Ibama, analisado pela procuradora da República, indica que a situação do imóvel nem sequer pode ser regularizada de forma a não afetar a fragilidade ambiental do arquipélago, considerado patrimônio natural mundial pela Unesco.
        O MPF espera ainda que a Justiça Federal responsabilize o morador por crimes ambientais, bem como por desrespeito aos embargos do Ibama, pelos quais ele já é réu em outro processo.

        sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

        Diminui desmatamento na região do Amazonas

        O desmatamento na Amazônia entre agosto e dezembro de 2008 caiu 82% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados hoje (23) pela organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
        O monitoramento registrou 635 quilômetros quadrados de desmate entre os meses pesquisados, contra 3.433 quilômetros quadrados no mesmo intervalo em 2007.
        Em novembro de 2008, os satélites do Imazon detectaram 61 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, área 94% menor do que a registrada em 2007. O tamanho da devastação no mês de dezembro caiu e chegou a 50 quilômetros quadrados, redução de 27% entre 2007 e 2008.
        No entanto, o desmatamento pode ser muito maior, porque a região fica encoberta por nuvens que dificultam o trabalho dos satélites, como reconhece a entidade. “Os dados de desmatamento nesse período podem estar subestimados, pois nesses dois meses houve grande cobertura de nuvens na região, correspondendo a 68% em novembro e de 73% em dezembro.

        Além disso, a parte do Maranhão que compõem a Amazônia Legal não foi analisada”, indica o relatório.
        O monitoramento do Imazon é paralelo ao levantamento oficial, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Por causa das condições de visibilidade nos últimos meses do ano, o Inpe preferiu interromper a divulgação mensal do desmatamento e vai apresentar os dados consolidados para o período no fim de fevereiro.
        Agência Brasil

        Governo quer mudar lei sobre regularização de terras na Amazonia

        Quase um ano após o lançamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS) o governo anunciou nesta quinta-feira (22/1) que vai simplificar a complexa legislação que trata da posse da terra nas áreas de floresta para permitir que, inicialmente, 290 mil posseiros recebam os títulos de propriedade.Após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com oito ministros e o presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse que houve consenso entre os setores ambientalista, do agronegócio e desenvolvimentista na questão da Amazônia."Foram fechados todos os acordos", disse Cassel logo após a reunião.
        "Hoje com marco legal é impossível fazer legalização fundiária em massa na Amazônia. O Estado Brasileiro criou um cipoal de leis que impede que se faça isso. Vamos mudar essa legislação toda, criando uma nova cujo princípio será o reconhecimento de direitos", argumentou Cassel.
        O projeto pretende conceder o título de domínio por dez anos para 290 mil posseiros que vivem na Amazônia Legal, em áreas de quatro módulos fiscais, algo em torno de 400 hectares, e que já estivessem no local antes de dezembro de 2004.
        "Durante 10 anos, o posseiro poderá utilizar a terra para tudo, mas não poderá vender a área. Ele também terá que cumprir condicionalidades ambientais. Não pode desmatar, quem estiver com área degradada terá que recuperar. O programa é para preservar o meio ambiente", assegurou o ministro do Desenvolvimento Agrário.
        De acordo com Cassel, os posseiros terão até 20 anos para pagar o valor da terra, que terá como referência o início do tempo de permanência na região. O programa, segundo o ministro, vai regularizar também 172 municípios da Amazônia Legal que estão em áreas federais.A idéia é fazer o cadastramento nos municípios, realizar audiências públicas junto com governos estaduais, institutos de terras, prefeitos e movimentos sociais.
        "O posseiro vai até o Incra, não precisa levar documentação. O Incra vai contratar um sistema de georeferenciamento, que sai em 30 dias, e depois é um trabalho de escritório do Incra".Esse processo, disse Cassel, deverá durar cerca de 120 dias. Atualmente, pode chegar a cinco anos. O ministro não soube precisar o volume de recursos que serão necessários para a realização do projeto, mas assegurou que a pasta tem orçamento para executá-lo. "O Incra tem recursos suficientes, R$ 230 milhões no seu orçamento, mais uma emenda aprovada de R$ 50 milhões.
        "Durante a reunião também foi descartada a idéia do ministro de Assunto Estratégicos, Mangabeira Unger, de se criar uma agência específica para cuidar da regularização fundiária da Amazônia. "Não vai ser criada uma nova agência, não vai ser criado nenhum novo órgão", garantiu.
        Desde quando o ministro da secretaria especial de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, tornou pública a idéia de criação da agência que substituiria o Incra, o MDA se posicionou contrário. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, disse que a criação de um novo órgão seria um erro.
        A decisão de manter o trabalho com o Incra se deu, de acordo com Cassel, devido à experiência do órgão no assunto. "Já temos uma boa relação com os órgãos de terra, com os governos estaduais e criar um novo órgão significa perder muito tempo. Nós temos quem sabe fazer."De acordo com Cassel, ainda está em estudo a forma como o novo projeto será implementado, se por medida provisória ou por meio de projeto de lei com urgência. Nos dois casos, a proposta do Executivo terá que passar pelo crivo do Congresso Nacional.
        Agência Brasil

        quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

        Empresa brasileira e lusa iniciam projeto de captação de biogás no Brasil

        A empresa portuguesa Ecoprogresso firmou uma parceria com a consultora brasileira Brascarbon para a criação de projetos de captação de biogás em fazendas de criação de suínos no Brasil, anunciou nesta quinta-feira a companhia lusa especializada no mercado de carbono.
        Segundo um comunicado, a parceria com a Brascarbon tem como objetivo a execução de projetos que consistem na redução de emissões, a partir da captação de biogás resultante do tratamento dos dejetos de suinoculturas nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
        A primeira fase, que já está em curso, envolve um investimento de 3 milhões de euros do Luso Carbon Fund, parceiro da Ecoprogresso, e contempla a execução de projetos de captação de biogás em cerca de 80 fazendas. A segunda fase prevê um investimento de até 8 milhões de euros, sendo que, no total, se espera que os projetos reduziam anualmente cerca de 850 mil toneladas de gases do efeito estufa.Criada em 2002, a Ecoprogresso foi escolhida pelos promotores do Luso Carbon Fund (Banco Espírito Santo, Banif Investment Banking e Fomentinvest) para consultora de investimentos do fundo, em resultado da sua experiência de negociação internacional em apoio ao governo português em relação ao protocolo de Kyoto, tanto nas Nações Unidas como na UE.
        A Ecoprogresso iniciou o seu processo de internacionalização, tendo-se estabelecido no início de 2007 em São Paulo e em Pequim, na China, em maio de 2008.
        Fonte: Agência Lusa

        Governo quer lei para por fim às queimadas nos canaviais até 2020

        O governo deve enviar ao Congresso projeto de lei para acabar completamente com as queimadas nos canaviais até 2020. A previsão é dar início ao plano de redução em 2010, e quem não cumprir poderá ser punido, por exemplo, com multa ou restrição de crédito. A informação é do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, depois de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
        De acordo com Minc, a partir do ano que vem, a meta é reduzir as queimadas em 20%. Em 2012, a queda deverá ser de 30%. Dois anos depois, de 50%. Em 2018, 80%, e em 2020, último ano do cronograma, chegar a 100%. O plano de redução valerá também para os usineiros que já usam máquinas na colheita da cana.
        O ministro não soube informar se as metas são para cada produtor ou em nível nacional, porque o texto do projeto está em fase de elaboração, mas revelou que o plano deve ser anunciado em fevereiro.
        Minc disse ainda que no caso das novas áreas de plantação de cana, os produtores só terão crédito se não utilizarem o processo de queimada na colheita, mas que depois da aprovação do projeto de lei elas estarão imediatamente impedidas desse tipo de prática, obedecendo o cronograma estabelecido. “Nas áreas novas, só vão ter crédito sem queimada.
        Nas áreas atuais, elas terão, se essa lei for aprovada [pelo Congresso Nacional], que cumprir esse cronograma para a redução progressiva das queimadas, prevista em lei”, afirmou.
        Sobre punições, ele citou poucos exemplos, como multa e restrição de crédito, porém preferiu não entrar em detalhes. “Qualquer lei existe quando tem punições, como a lei não está elaborada não vou dizer qual é a punição para cada artigo dela”, disse. De acordo com dados do ministro, os canaviais atuais somam 7 milhões de hectares.

        Novas regras

        Para expandir a produção de etanol, são necessários mais 6 milhões de hectares para o cultivo da cana, e o país dispõe de 40 milhões de hectares de terra disponíveis.
        Mais uma vez, o ministro do Meio Ambiente garantiu que não serão instaladas usinas para produção de álcool a partir da cana, na Amazônia e no Pantanal. “Há acordo dos ministérios de que não haverá nenhuma nova usina de cana no Pantanal, nem na Amazônia, nem em área de vegetação nativa”, reafirmou.
        O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou Minc e outros ministros ao Planalto para discutir o zoneamento agroecológico da cana, regras sobre como e onde as lavouras podem ser instaladas. O projeto de lei da redução das queimadas, anunciada pelo ministro, integra o zoneamento. Além de Minc, participaram do encontro os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e da Casa Civil, Dilma Rousseff.

        quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

        Governo americano publica na Internet nome de acusados de crime ambiental

        O governo dos Estados Unidos deu início a um novo tipo de lista de mais procurados: fugitivos ambientais, acusados de atacar a natureza.
        Esses fugitivos são acusados de contrabandear produtos químicos que corroem a camada de ozônio, jogar lixo tóxico nos rios e nos mares e andar em carros poluentes.
        Em sua própria versão da lista de inimigos públicos do FBI, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foca crimes ambientais e apresenta uma lista de 23 fugitivos, completa com fotos e uma descrição das acusações feitas.
        Um alto funcionário do setor de fiscalização da EPA disse que as pessoas listadas representam "o universo descarado das pessoas que estão fugindo da lei". Muitos estão sob risco de anos de prisão, e algumas das acusações podem resultar em centenas de milhares de dólares em multas.
        "Eles são acusados de crimes ambientais e deveriam ser trazidos à justiça criminal", disse Pete Rosenberg, diretor da divisão criminal da EPA.
        Na lista está John Karayannides, acusado de orquestrar o despejo de 487 toneladas de trigo contaminado com óleo diesel no mar do Sul da China, em 1998. Acredita-se que ele tenha fugido para a Grécia.
        Também em fuga está a dupla de pai e filho Carlos Giordano e Allesandro Giordano, presa em 2003 por dirigir uma importadora de veículos que trazia para os EUA carros fora do limite de poluição do país. Acredita-se que estejam na Itália.
        A lista completa dos fugitivos pode ser encontrada no seguinte link:
        www.epa.gov/fugitives/
        FONTE: Associated Press

        Catadores de matérial reciclável são atingidos pela crise econômica

        Representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) afirmam que a atividade foi sensivelmente prejudicada pela crise financeira internacional e que, se algo não for feito nos próximos 90 dias, muitos catadores migrarão para outras atividades informais, prejudicando as empresas compradoras desse tipo de material.
        “A situação está crítica, e todos os estados passam por problemas, principalmente os do Nordeste, que estão com maior quantidade de material parado. Nossa renda caiu vertiginosamente e até as cooperativas estão com dificuldades para pagar o custo operacional, após uma queda de 25% em suas receitas”, afirmou coordenador nacional do MNCR em São Paulo, Roberto Laureano. “Provavelmente muitas cooperativas vão falir se, em 90 dias, uma solução não for apresentada. Já estamos usando o nosso fôlego final e, sem alternativas, praticamente todos os catadores abandonarão a atividade para trabalhar como marreteiros, na informalidade, e vendendo coisas nas ruas”, advertiu.
        Segundo Laureano, os preços pagos atualmente não permitem mais a sobrevivência dos catadores. “Em São Paulo, a queda dos preços do quilo de material chega a 62%, caso do ferro, que em setembro custava R$ 0,42 o quilo e em novembro estava a R$ 0,16”. Laureano informou que o papelão, no mesmo período, baixou 14%, passando de R$ 0,28 para R$ 0,24 o quilo. O plástico coletado também baixou, passando de R$ 0,40 para R$ 0,30 – uma redução de 25%. O alumínio, que estava a R$ 3,40 em setembro, estava em novembro a R$ 2,90.
        Atualmente, os catadores recebem das empresas apenas R$1,80 por quilo do produto, uma queda de 47%. “Em dezembro sequer teve cota para o alumínio, uma vez que não houve comercialização do produto”, completou.
        Em Minas Gerais, a situação não é diferente, disse o coordenador nacional do MNCR no estado, Luiz Henrique da Silva. Segundo ele, entre setembro e janeiro, o preço do quilo de papelão especial baixou de R$ 0,47 para R$ 0,12; o papelão fino, de R$ 0,37 para R$ 0,10; o jornal, de R$ 0,27 para R$ 0,08; o papel misturado, de R$ 0,15 para R$ 0,01; e o papel branco, de R$ 0,47 para R$ 0,30“O ferro, que em setembro custava R$ 0,28, parou de ser comprado desde o dia 20 de novembro.
        Nossa expectativa é que, a partir do dia 26 de janeiro, vendamos esse tipo de material a R$ 0,10 o quilo”, disse Luiz Henrique. O plástico também teve queda acentuada de preço em Minas, baixando de R$ 1,00 para R$ 0,60, o quilo. E o plástico de garrafas pet, de R$1,20 para R$0,60. “Teoricamente o preço do plástico é cotado pelo dólar, mas, como não existe ferramenta de controle, as empresas não repassam a alta do dólar para os catadores. E, quando a moeda está em baixa, elas também baixam os valores pagos. Infelizmente não temos nenhuma ferramenta para combater isso”, lamenta.
        “Do mesmo jeito que as empresas recebem incentivos fiscais e econômicos dos governos federal estadual e municipal, nós também queremos ajuda. Até porque são as cooperativas as verdadeiras geradoras de emprego. Estimamos que haja cerca de 800 mil catadores de material reciclável no país. A absoluta maioria não tem carteira assinada e é responsável por 90% do processo de reciclagem.
        No entanto, pelos cálculos do movimento, recebemos apenas 10% do lucro resultante desse tipo de comércio”, explica Luiz Henrique. A situação, segundo ele, está insustentável nas capitais. “E no interior está ainda pior, porque lá a atividade é mais forte em função da menor oportunidade de trabalho”. De acordo com ele, 71% dos catadores ainda estão nos lixões.
        Luiz Henrique lembrou que, na Lei de Saneamento, existe um artigo que dispensa as licitações quando as contratadas são cooperativas ou associações de catadores, mas disse que a norma legal não está sendo implementada porque, na prática, os municípios querem contratar empresas”, informou.“Prefeituras, estados e governo federal precisam aproveitar essa lei e contratar mais o serviço de cooperativas e associações, se desejam evitar uma crise ainda maior de desemprego”, completou o coordenador do MNCR em São Paulo, Roberto Laureano.

        Fonte: Agência Brasil

        terça-feira, 20 de janeiro de 2009

        Harpia, ave rara no Brasil e quase extinta, é reproduzida em refúgio biológico de Itaipu


        O filhote, que nasceu nesta quinta-feira (15/1) é a primeira reprodução da espécie com sucesso em cativeiro no sul do País. O casal de harpias (Harpia harpyja) do Refúgio Biológico Bela Vista vinha piando diferente nos últimos dias. E por um motivo especial: estava se preparando para receber um novo integrante da família. Valeu a expectativa. O bebê harpia cm aproximadamente 100 gramas, é o primeiro filhote da espécie reproduzido com sucesso em cativeiro no Sul do País.
        Ele está sendo tratado pelos veterinários e técnicos do Refúgio Biológico. Com tantos cuidados, o bebê harpia, que é mantido numa estufa, é alimentado cinco vezes por dia, vem ganhando peso. Nasceu pesando 80 gramas e já está com quase cem gramas.
        Por precaução, o bebê harpia vai ficar isolado por trinta dias, em um ambiente com clima e alimentação controlados. Depois deverá voltar ao convívio com os pais.

        Extinção

        A harpia é a ave símbolo do Brasão de Armas do Paraná, a harpia (também conhecida como gavião real ou uiraço-verdadeiro) é considerada quase extinta no Estado e rara no Brasil, segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Natural de áreas florestais como a Mata Atlântica e a floresta amazônica, os maiores remanescentes da ave se encontram na Amazônia.
        O trabalho de recuperação da espécie, entretanto, é lento e exige paciência. Crédito das fotos para Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional.

        A mais importante promessa de Obama



        "We will work tirelessly to lessen the nuclear threat, and roll back the specter of a warming planet", 1º discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.


        "Vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e afastar o espectro do aquecimento global no planeta", 1º discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

        Obama assume, em seu primeiro discurso para sua nação e o mundo, a responsabilidade de combater o aquecimento global, que essa promessa seja cobrada, dia após dia, em benefício de nosso Planeta. E que ela comece a ser cumprida o mais rápido possível, esta é a prece desta bloqueira. Deus, salve o Planeta Terra.
        Para entender melhor o aquecimento global: post 1, post 2, que sejamos persistentes como James Hansen e tantos outros.

        Festa do Ano Novo Chinês promove ação ambiental

        Todo o óleo usado na fritura de alimentos nas 15 barracas instaladas na Rua Galvão Bueno, durante os dois dias da festa, terá uma destinação ambientalmente correta. A quarta edição das comemorações do Ano Novo Chinês acontece nos dias 24 e 25 de janeiro, na Liberdade. Durante as comemorações do Ano Novo Chinês em São Paulo, as 15 barracas de comidas típicas instaladas na Rua Galvão Bueno, no tradicional Bairro da Liberdade, terão a chance de dar um destino ambientalmente correto ao óleo usado nas frituras. A festa organizada pela JCI Brasil-China deve reunir nos dias 24 e 25 de janeiro cerca de 200 mil pessoas que terão a chance de conhecer um pouco mais sobre as tradições e da cultura milenar daquele país. Mais informações pelo site www.anonovochines.com.br.

        Brasil e Alemanha realizam feira conjunta de produtos e tecnologia sustentável

        A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, em parceria com a Embaixada da República Federal da Alemanha no Brasil e do Consulado Geral da Alemanha em São Paulo, realiza, de 12 a 15 de março de 2009, no Transamérica Expo Center em São Paulo, a Ecogerma 2009, o primeiro congresso e feira de negócios de produtos e tecnologias sustentáveis realizados em conjunto pelo Brasil e pela Alemanha na América Latina. O evento pretende discutir a adoção de soluções sustentáveis nos setores público e privado.

        Comércio de Guarulhos deve adotar embalagens ecológicas

        Os comerciantes de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, não poderão mais fornecer as tradicionais sacolas plásticas aos consumidores. Segundo a lei 6.481/2009, sancionada pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), a partir de agora todos os estabelecimentos locais terão de adotar embalagens que sejam 100% ecológicas.

        A lei, que passa a vigorar a partir desse mês, estabelece o prazo de seis meses (até julho) para que o comércio se adapte à nova regra. Quem não cumprir a norma poderá ser multado em 1 mil Unidades Fiscais de Guarulhos (UFGs) - cerca de R$ 1.900. Caso haja reincidência, o valor da multa dobra, indo para R$ 3.800.

        A adoção de embalagens biodegradáveis (que se desintegram naturalmente no meio ambiente) ou reutilizáveis (recicladas ou permanentes) visa diminuir o uso das sacolas plásticas convencionais, que podem durar até 200 anos.

        A substituição já ocorre em estados como Goiás, Espírito Santo e Maranhão e nos municípios de Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Piracicaba (SP).

        Levantamento da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) aponta que o Estado de São Paulo tem 2.803 empresas que atuam no setor de embalagens, responsáveis por cerca de 97 mil empregos diretos. O Estado ocupa a 1ª colocação no ranking nacional de indústrias de transformados plásticos, com 11.263 fábricas e mais de 298 mil funcionários (participação, respectivamente, de 45,04% e de 44,8% no país).

        Preservação ambiental

        Um exemplo de solução que pode ser adotada pelos empresários é o uso de sacolas plásticas oxi-biodegradáveis, fabricadas com o aditivo d2w. Esse aditivo faz com que a embalagem leve cerca de 18 meses para começar a se decompor.

        As sacolas têm as mesmas características do produto tradicional em relação à resistência, transparência, permeabilidade e impressão. A diferença está no acréscimo de um aditivo, como o d2w, que é responsável por acelerar o processo de degradação.

        No Brasil, estima-se que cerca de 180 companhias já produzem embalagens 100% biodegradáveis a partir do d2w. Segundo Eduardo Van Roost, presidente da RES Brasil, especializada no desenvolvimento de tecnologia de embalagens naturalmente degradáveis, a metodologia e a matéria-prima para confeccionar esse tipo de material está disponível a todos os fabricantes de sacolas plásticas tradicionais.

        Barack Obama tem 4 anos para salvar o planeta, adverte cientista



        O novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama tem apenas 4 anos para salvar o planeta, na opinião do cientista da NASA, especialista em mudanças climáticas, James Hansen. “Apenas uma ação urgente do novo presidente poderá deter os efeitos devastadores das alterações climáticas que ameaçam a Terra”, adverte Hansen.

        O cientista argumenta que essas medidas precisam ser tomadas ainda na primeira administração de Obama, segundo reportagem publicada no jornal britânico, The Guardian.

        Para Hansen, a elevada emissão de carbono na atmosfera está provocando o derretimento de gelo da calota polar, desencadeando inundações, a perda de espécies e provocando ainda mais mudanças nos padrões climáticos atuais. “Não podemos mais adiar o problema”, disse Hansen. “Precisamos encontrar ainda nessa administração um caminho para enfrentar a questão. A administração de Obama precisa dar o exemplo ao resto do mundo".

        Nível do mar

        O cientista lembra que durante os oito anos do governo Bush, a preocupação com as mudanças climáticas foi relativizada, e que o país precisa reconhecer que é um dos maiores responsáveis pela emissão de carbono na atmosfera.

        Hansen avalia que os Estados Unidos devam assumir uma nova liderança em prol do planeta para evitar um desastre ecológico.

        Ele também aponta que o monitoramento do degelo deve ser uma das medidas urgentes do novo governo americano. O especialista alerta que o aumento do nível do mar, no futuro poderá provocar inundações devastadoras nas principais cidades do mundo e em áreas abaixo do nível do mar como, Holanda, Bangladesh e outras nações.

        Veja a matéria integral em inglês.

        segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

        Fundação SOS Mata Atlântica lança edital de incentivo a conservação ambiental


        O Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) da Mata Atlântica coordenado pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy (TNC), está com inscrições abertas para seu VII Edital de projetos, pela primeira vez englobando toda a Mata Atlântica.

        O valor de R$ 500 mil, será destinado para criação individual, em conjunto ou para projetos de elaboração e implementação de Planos de Manejo.

        As propostas devem ser encaminhadas por correio até o dia 16 de fevereiro. Desde o primeiro edital, o programa já beneficiou 172 projetos, num total de 260 RPPNs em processo de criação que protegem mais de 16 mil hectares em áreas de remanescente chave para a conservação da Mata Atlântica. O número total de RPPNs na Mata Atlântica é de 565.

        Novidades

        O projeto deste ano pela primeira vez, apoiará os proprietários de terras em todo o Bioma Mata Atlântica: 3.276 municípios e 1.300.000 km2. “Esse edital vai representar uma boa oportunidade para regiões que nunca foram beneficiadas pelo Programa, agregando novos proprietários à causa da conservação privada. Vamos poder mapear o interesse dos proprietários de outras regiões, além dos corredores de biodiversidade já contemplados nos editais anteriores”, afirma Érika Guimarães, coordenadora.

        O Programa já contribuíu para aumentar em quase 50% o número de RPPNs no Bioma, mostrando, por um lado, o interesse de proprietários de terra em conservação e, por outro, o grande potencial dessa categoria de Unidade de Conservação para o fortalecimento de políticas de proteção da Mata Atlântica.

        Os projetos selecionados receberão até R$ 8 mil para criação individual, até R$ 25 mil para criação em conjunto e para elaboração e implementação de planos de manejo (categoria que pelo segundo ano é incluída no Programa).

        Importância

        Desde o seu início, o Programa focou os corredores de biodiversidade – Corredor da Serra do Mar, Central da Mata Atlântica, do Nordeste e Ecorregião Florestas com Araucária - como alvo inicial de investimentos. Eles são uma estratégia de conservação utilizada para a proteção da biodiversidade em diferentes escalas, mas com enfoque regional, buscando o manejo integrado da rede de unidades de conservação, contribuindo para manter ou incrementar a conectividade da paisagem.

        As estimativas indicam que, se adequadamente manejados, esses corredores podem, coletivamente, proteger 75% das espécies ameaçadas da Mata Atlântica.

        As RPPNs são importantes para proteger o entorno de unidades públicas como parques e reservas biológicas, reduzindo a pressão externa e contribuindo para a conservação de inúmeras espécies ameaçadas de extinção da Mata Atlântica como o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e o papagaio-chauá (Amazona rhodocoryta), entre outras. É fundamental a participação dos proprietários de terra na proteção do nosso patrimônio natural.

        SERVIÇO: As propostas e os documentos necessários para análise devem ser encaminhados impreterivelmente até 16 de fevereiro de 2009 (data de postagem no correio) para:
        Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica
        Aos cuidados de Erika Guimarães
        Rua Manoel da Nóbrega, 456
        04001-001 – São Paulo - SP

        Modelo de gestão do Rio São Francisco deve ser entregue até final de junho



        O Conselho Gestor, do Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco, tem prazo até 30 de junho de 2009 para entregar ao Ministério da Integração Nacional a proposta de modelo de gestão do Rio São Francisco.

        O prazo já está valendo, conforme o Decreto nº 6.725/2009 publicado no DOU, em 13/1/2009, que dá nova redação ao art. 8º do Decreto no 5.995, de 19 de dezembro de 2006, que instituiu o Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

        Procurador-geral de justiça de SP fixa as metas do Gaema para a proteção do meio ambiente

        O procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, fixou as metas gerais e regionais para a atuação do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA) e da Rede de Atuação Protetiva do Meio Ambiente.

        Como metas gerais, o GAEMA e a Rede de Atuação Protetiva do Meio Ambiente deverão adotar medidas e iniciativas visando o saneamento ambiental, como implementação de políticas públicas referentes à coleta, afastamento e tratamento de esgoto doméstico, destinação dos resíduos sólidos domésticos e industriais e qualidade da água; empreendimentos, obras ou atividades que necessitem de EIA/RIMA por determinação de Resolução do CONAMA; espaços territoriais especialmente protegidos e seus atributos naturais – Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reserva Legal; e Unidades de Conservação de Proteção Integral.

        Além disso, a atuação deverá ter como foco os complexos vegetacionais que necessitam de especial proteção, levando-se em consideração as metas identificadas nos respectivos núcleos regionais do GAEMA.

        Assim, os núcleos Paraíba do Sul, Vale do Ribeira, Baixada Santista, Litoral Norte, Ribeirão Preto (Pardo) e Pontal do Paranapanema terão missões específicas para suas regiões de atuação, buscando a preservação e proteção da vegetação de Mata Atlântica, cerrados, banhados, restingas, mangues, rios, ribeirões, balneários, costões e estações ecológicas.

        Ministério Público Federal recorre contra sentença que mantém esgoto na praia de Santos

        O Ministério Público Federal em Santos entrou com recurso no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) para que seja reformada integralmente a sentença da juíza Alessandra Aranha, da 4ª Vara da Justiça Federal em Santos, que decidiu pela permanência da plataforma do emissário submarino na Praia de José Menino, em Santos, e que deixou de condenar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o Município de Santos pelas irregulares modificações ocorridas no local.

        A plataforma do emissário é resultado de um aterro na faixa de praia e no mar que foi irregularmente mantido pela Sabesp para cobertura da tubulação do emissário de esgotos. O aterro causa prejuízos à qualidade ambiental, danificando, inclusive, a paisagem natural notável da praia, do mar e da ilha Urubuqueçaba. Segundo o projeto original e a autorização da União, a tubulação do emissário deveria ter sido implantada abaixo do nível da areia da praia e o aterro deveria ter sido removido ao término das obras.

        No recurso, o MPF reitera os pedidos feitos à Justiça Federal em 2005 na ação civil pública que foi proposta em conjunto com a União e que, dentre outros pedidos, requer a condenação da Sabesp na obrigação de obter autorização da União e licenciamento ambiental em caso de novas alterações e ampliações no emissário.

        Na mesma ação, o MPF requer que o licenciamento seja condicionado à realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA/ RIMA) que apure, inclusive, se os recursos técnicos e econômicos disponíveis na ocasião possibilitam a restauração das condições originais da praia e do mar mediante a remoção do aterro irregular e o rebaixamento ou substituição da tubulação do emissário no trecho de praia.

        Além disso, em razão dos danos causados até a futura a restauração da praia e do mar no local com a remoção do aterro irregular, o MPF pede a condenação da Sabesp a manter a superfície da plataforma em condições adequadas para a livre utilização pela população, em situação compatível com o restante da orla que possui jardins e ciclovia.

        O MPF também requer a reforma da sentença, pois alguns dos pedidos foram acolhidos pelos réus após a propositura da ação, como a implantação de ciclovia, iluminação e ajardinamento na superfície da plataforma e a recuperação da área de praia onde o Município estava construindo o Museu Pelé.

        Licença ambiental

        Mesmo a legislação estabelecendo que o EIA/RIMA é obrigatório no licenciamento de alterações, ampliações e outras mudanças na zona costeira, a decisão da 4ª Vara Federal em Santos indeferiu o pedido do MPF para que a Sabesp obtenha o licenciamento antes de fazer qualquer nova alteração na plataforma. No início da década, a Sabesp ampliou a plataforma sem autorização dos órgãos competentes e da União.

        Os procuradores da república Antonio José Molina Daloia, Luiz Antonio Palácio Filho e Antônio Arthur Barros Mendes, autores do recurso, também salientam, dentre vários pontos, que o parecer da geóloga Célia Regina de Gouveia Souza, do Instituto Geológico, aponta que a plataforma causou e continua provocando alterações negativas na circulação das águas e areias nas baías de Santos e São Vicente, com prejuízos inclusive para outras praias da região.

        Em 1970, a União deu autorização, em caráter provisório, para que a Sabesp pudesse construir o emissário, que levaria o esgoto da cidade para o mar, desde que, terminadas as obras, a praia não sofresse nenhuma alteração. No entanto, a Sabesp não cumpriu a obrigação de restaurar as condições anteriormente existentes da praia e do mar.

        O projeto original do emissário previa que a tubulação seria posicionada abaixo do nível da praia, ou seja, não ficaria exposto como é hoje.

        Conselho da Justiça Federal dá exemplo de postura ambiental

        Projetos Economiza e Educação Ambiental geram balanço positivo e inserem o CJF (Conselho da Justiça Federal) no rol das instituições que se preocupam com a preservação ambiental e o melhor uso de recursos públicos. O ano de 2008 acabou, mas os servidores do CJF continuam a colher os bons frutos dos projetos Economiza e Educação Ambiental, implementados pela sua Secretaria de Administração (SAD).

        Economia

        Com as ações dos projetos, o Conselho economizou:
        R$ 408.886,18 nas contratações,
        12,8 toneladas de papel branco,
        32 barris de petróleo,
        1.254.400 litros de água; 32.00 Kv/h de energia elétrica,
        38,4 m3 de volume em aterros/lixões, e 19.800 unidades de copos plásticos.

        Os atos implementados estão despertando a conscientização de todas as unidades do CJF para a necessidade da sustentabilidade ambiental e a busca pela melhor utilização dos recursos públicos nas contratações.

        O Projeto Economiza, que foi finalizado em dezembro do ano passado, conseguiu disseminar e firmar a prática da economicidade de 3% na utilização dos recursos financeiros, na operacionalização de 43 processos de compras e contratos.

        Educação

        O projeto de educação ambiental muda aos poucos a mentalidade dos servidores em relação à preservação ambiental, com a utilização de papéis recicláveis, dispensador de copos plásticos e descarte de 470 quilos de cartuchos de impressoras, que são encaminhados para o Serviço de Limpeza Urbana do Governo do Distrito Federal (SLU/GDF).

        Este ano, o projeto Educação Ambiental continuará a todo vapor com suas ações na nova sede do CJF. A Comissão de Fiscalização da Obra da Sede está de olho em requisitos de sustentabilidade que serão incluídos nas novas instalações, tais como sistema de esgoto a vácuo e de reuso de água e de condicionamento de ar; iluminação, revestimento externo e projeto paisagístico.

        Outra ação sustentável é a utilização de frota de veículos movidos a combustíveis de fontes renováveis desde o início de 2007, visando a menor emissão de CO2 (gás carbônico) e economia maior na utilização do álcool hidratado, mais barato em relação à gasolina.

        Lixo eletrônico é tema de palestra na USP

        Na próxima terça-feira (20/01), a partir das 10 horas, o Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, realizarão o painel Sustentabilidade e Lixo Eletrônico. O objetivo é compartilhar as experiências realizadas nestes centros de excelência sobre o equilíbrio entre desenvolvimento tecnológico e respeito ao meio ambiente e gestão ambiental.
        Participarão do painel pesquisadores do MIT oriundos de diferentes países: Adnan Shahid (Paquistão), Carlos Brovarone (Argentina), Frederic Giraut (França), Peter Klement (Alemanha) e Antoinne Machal Cajigas (Porto Rico), além da professora Tereza Cristina Carvalho, diretora do CCE e do Laboratório de Arquitetura de Redes e Computadores (Larc) da Escola Politécnica (Poli) da USP. Também estarão presentes representantes da indústria de informática e especialistas em gestão ambiental.
        A iniciativa faz parte do Programa de Sustentabilidade do CCE, que teve início em 2007, quando foi criada a Comissão de Sustentabilidade do centro. Dentro deste programa, no segundo semestre daquele ano, o CCE submeteu seu primeiro projeto de sustentabilidade para o Laboratório de Sustentabilidade do MIT (MIT S-Lab, na sigla em inglês).

        Poluição do lixo eletrônico

        De acordo com a professora Tereza Cristina, a falta de práticas e processos de destinação ambientalmente adequados, aliada ao crescimento desenfreado na venda de PCs pode gerar graves problemas ambientais nas próximas décadas.Apesar do cenário de desaceleração na venda de PCs no Brasil, as primeiras previsões indicam que o País deve consumir cerca de 12 milhões de novos computadores em 2009, cifra próxima ao número de micros vendidos no ano passado.
        O problema é que, por conta da presença de insumos tóxicos ao ambiente como o chumbo, o cádmio, as cadeias de bromo (bromobifenilas), usadas como retardantes de chamas, e ao cromo hexavalente, usado como antioxidante, as máquinas defasadas podem se converter em fonte de graves problemas ambientais a médio prazo.
        Uma das razões disto é que, apesar da longa vida útil média de um computador no Brasil — cerca de cinco anos, contra dois no mercado norte-americano —, estas máquinas acabam se tornando sucata digital e, se descartadas de forma inadequada, podem contaminar o meio-ambiente. “Só em 2006, foram vendidos 7 milhões de computadores. Se descartados sem controle num horizonte de até dez anos, essas máquinas podem implicar numa montanha de resíduos da ordem de 70 mil toneladas. Se houver contaminações, os custos para a sociedade brasileira podem ser incalculáveis”, afirma a diretora do CCE.
        Serviço: O painel Sustentabilidade e Lixo Eletrônico acontecerá no auditório do CCE, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 71, Cidade Universitária, São Paulo. É necessário confirmar presença pelo e-mail cce@usp.br ou telefone (11) 3091-6328, com Valdete. A palestra será em inglês, é aberta a todos os interessados, mas o número de vagas é restrito.

        A vantagem competitiva da consciência socioambiental

        Artigo de João Guilherme Sabino Ometto *

        O livro "Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem" é um clássico da ornitologia. Seu autor é o engenheiro industrial Dalgas Frisch, paulistano, filho de dinamarqueses, dedicado e competente estudioso dos pássaros. Sob sua orientação, os ensinamentos da obra têm sido colocados em prática, com sucesso, pela Usina São Martinho: em suas terras, nas regiões de Ribeirão Preto e Piracicaba, no interior do Estado de São Paulo, cerca de 1,6 milhão de árvores frutíferas mantêm as áreas povoadas de pássaros. A goiabeira, por exemplo, seduz o sabiá e o sanhaço, enquanto os periquitos não resistem aos encantos da palmeira jerivá. O trabalho da usina indica a viabilidade da produção sustentável, evidenciando que o devido manejo dos ecossistemas possibilita a preservação da flora e da fauna, em harmonia com o agronegócio.

        Ações desse tipo podem ser uma reposta à ameaça indicada no novíssimo estudo da Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação (Unccd). O relatório alerta que, até 2050, o mundo perderá 50% das áreas destinadas à agropecuária, caso não se adotem providências capazes de os manter vivos e produtivos. Como se não bastasse o risco ambiental e o impacto na produção de alimentos, o documento observa que a desertificação também aumenta a emissão de gás carbônico, somando-se às causas do aquecimento global. É um círculo vicioso!

        Em paralelo, alguns países sem as mesmas condições brasileiras buscam transformar alimento em biocombustíveis, como ocorre nos Estados Unidos com a produção de etanol de milho, algo realmente incongruente com a realidade e as necessidades da humanidade. Tudo conspira contra a produção de comida. O quadro sobre as conseqüências fica mais claro se observado o que indica relatório do Banco Mundial (Bird): 74% dos pobres no mundo dependem da agricultura.

        Nesse preocupante cenário, o Brasil tem excelente oportunidade de obter imensa vantagem competitiva, consolidando-se como o maior fornecedor de alimentos para o mercado internacional. Basta fazer, com empenho e eficácia, a lição de casa de preservar e impedir a desertificação em sua fabulosa área agricultável, a maior do mundo, que cobre 235,1 milhões de hectares.

        É importante lembrar que, em 2004, foi lançado o Plano Nacional de Combate à Desertificação (PAN), com o anúncio de numerosas ações. Contudo, o cumprimento do programa não parece ser eficiente, pois a área total de desertificação no País aumentou de 900 mil quilômetros quadrados, em 2003, para 1,3 milhão de quilômetros quadrados, em 2007. Isto equivale a 15,7% do território nacional. Segundo o próprio Ministério do Meio Ambiente, se essa degradação não for contida, as regiões semi-áridas do Brasil podem transformar-se em áridas ou semidesérticas, num prazo de 60 anos.

        Da mesma forma, as regiões subúmidas secas irão transformar-se em semi-áridas e serão as que mais sofrerão os impactos do aquecimento global no Brasil. Essa superfície mais ameaçada corresponde ao Semi-Árido, que reúne todos os estados do Nordeste e Minas Gerais, e a uma área subúmida seca, que compreende o Espírito Santo. No Pampa sulino também já se observam sintomas preocupantes.

        O Brasil tem todas as condições de recuperar as áreas degradadas e mais ainda de se dedicar a uma irreversível agropecuária desenvolvida sob os critérios da sustentabilidade. Tudo continua favorável ao País e dos diferenciais competitivos que lhe proporcionam o seu imenso território e a natureza abundante. É perfeitamente factível tirar da terra os alimentos e os biocombustíveis de que o mundo precisa e preservá-la, utilizando de modo inteligente e responsável os recursos hídricos, minerais e geológicos. Nesse processo, têm especial papel a pesquisa e a inovação, considerando que o aumento da produtividade é outro fator exponencial para o adequado manejo da terra e para conciliar produção com preservação.

        Como se observa, o fomento do agronegócio, que tem sido um dos principais pilares de sustentação da economia e do superávit comercial brasileiro, torna-se cada vez mais atrelado ao exercício da responsabilidade socioambiental. Não se pode mais dissociar esse conceito da agropecuária. Sedimentar de modo amplo essa consciência, envolvendo as políticas públicas, os empresários rurais e toda a sociedade, será um passo decisivo do País rumo ao seu pleno desenvolvimento.

        * João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro (EESC/USP), é vice-presidente da Fiesp, presidente do Grupo São Martinho e membro do Conselho Universitário da Universidade de São Paulo.

        Presidente Lula avalia que negociação sobre meio ambiente deve avançar com Obama

        O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que a discussão mundial sobre a questão climática deve avançar este ano com a gestão de Barack Obama na presidência norte-americana. Maior poluidor do planeta, os Estados Unidos foram o único país a não assinar o Protocolo de Quioto, que prevê metas para redução de emissão de poluentes responsáveis pelo aquecimento global.
        “Em todos os discursos de campanha, Obama foi mais palatável, foi mais flexível em relação à questão ambiental”, afirmou Lula nesta segunda-feira (19/1) em seu programa semanal de rádio.
        Em dezembro, os mais de 190 países da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas vão se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para decidir o substituto do Protocolo de Quioto, cujo primeiro período de compromisso vence em 2012. A expectativa é de que os norte-americanos sinalizem mudança de postura antes do encontro, ao longo do ano.

        Redução de nevoeiro na Europa é fruto de aquecimento global, diz estudo



        Um céu com menos nebulosidade indica que as temperaturas no continente europeu estão subindo mais depressa do que estudos anteriores apontavam. Essa informação pode ajudar a prever as futuras alterações climáticas na região, afirmam os estudiosos.

        O céu claro, em razão de mudanças no padrão climático e a diminuição da poluição, está contribuindo para o aumento da temperatura, na média de 5 a 10 por cento, na Europa, afirmou Geert Jan van Oldenbourgh, pesquisador do Instituto Real de Metereologia dos Países Baixos. (Holanda).

        “As temperaturas européias estão subindo duas vezes mais rápido do que foi previsto nas últimas décadas. A redução de nevoeiros significa mais sol no terreno e, portanto temperaturas mais elevadas,”, explica o especialista.

        Efeitos

        O Painel Intergovernamental da ONU sobre as Alterações Climáticas, um grupo de centenas de cientistas, está prevendo o aumento da temperatura global neste século de 1,8 a 4 graus Celsius.

        Governos e especialistas de todo o mundo estão pesquisando formas para a redução das temperaturas. Segundo os cientistas o aumento do calor resulta em secas, tempestades mais poderosas, que podem provocar a extinção de espécies e a elevação do nível do mar.

        O clima é mais delicado do que se pode imaginar, “o clima não é algo simples” alerta o especialista. A diminuição de nevoeiros é um fator novo que precisa ser estudado, além disso, os governos precisam entender que um céu limpo, sem poluição, não é sinônimo de equilíbrio atmosférico. Com informações da Agência Reuters.

        domingo, 18 de janeiro de 2009

        Meio ambiente será um dos assuntos mais discutidos no Fórum Social Mundial



        A crise econômica mundial, os problemas ambientais e a situação das minorias que habitam a Amazônia devem dominar as discussões do Fórum Social Mundial (FSM), que começa no próximo dia 27 de janeiro, em Belém (PA). Essa é a nona edição do evento que acontece anualmente desde 2001.

        O FSM é realizado sempre em janeiro na mesma data em que na Suíça ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos. É por essa razão que no início era conhecido com anti-Davos. A Carta de Princípios do Fórum define o evento como "um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, voltado para o debate democrático de idéias e a formulação de propostas para superar o processo de empobrecimento gerado pela globalização”.

        O Fórum Social Mundial é organizado por um comitê internacional formado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta. Sob o slogan “um outro mundo é possível”, o evento é considerado “altermundista”, já que busca uma nova ordem econômica e social para todo o planeta.

        Evolução


        A primeira edição foi realiza em 2001, em Porto Alegre (RS). A capital gaúcha foi sede do FSM também em 2002, 2003 e 2005. Em 2004, a quarta edição do evento ocorreu na Índia. Em 2006, o Fórum foi realizado em três países simultaneamente: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (América).

        Em 2007, voltou a ser centralizado, dessa vez no Quênia (África). Em 2008, o Fórum foi transformado em um Dia de Ação de Mobilização Global, realizado em 26 de janeiro em mais de 80 países, com cerca de 800 atividades e manifestações auto-gestionadas.O número de participantes cresce a cada edição. A expectativa para esse ano é que Belém receba 12o mil participantes.

        Na primeira edição, em 2001, foram 20 mil participantes. Nas duas seguintes o evento reuniu respectivamente 50 mil e 100 mil pessoas. O recorde foi em 2005, em Porto Alegre, com 155 mil participantes.


        Fonte: Agência Brasil

        Greenpeace pede urgência na implantação de reserva no Pará


        Ativistas do Greenpeace e lideranças comunitárias de Porto Moz, no Pará, fizeram um protesto no domingo (18/1) na reserva extrativista (resex) Verde Para Sempre. Um boi de seis metros de altura foi inflado e colocado estrategicamente como forma de protesto em uma área desmatada ilegalmente dentro da reserva por fazendeiros de gado da região.
        Os manifestantes reclamam da demora para implementação da resex, criada há quatro anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
        Os ambientalistas alegam que a falta de ação do governo e o avanço da pecuária sobre a floresta estão entre as principais causas do desmatamento na Amazônia e que este tipo de atitude contribui para o aquecimento global.
        Segundo o Greenpeace, nestes quatro anos de espera, a reserva já teve mais de 40 mil hectares desmatados de sua área total de 1,2 milhão de hectares.A atividade em Porto de Moz (PA) faz parte da expedição do Greenpeace “Salvar o planeta: É agora ou agora” e tem o objetivo de alertar a população brasileira sobre os problemas causados pelo aquecimento global.
        Fonte: Agência Brasil

        Catarinenses discutem alterações da legislação ambiental estadual

        Ainda abalada com a tragédia causada pelas cheias, a população de Santa Catarina convive agora com uma polêmica proposta de mudanças da legislação ambiental. O Executivo estadual pretende unificar todas as leis que tratam do assunto em um código ambiental.
        No entanto, ambientalistas catarinenses criticam vários pontos do projeto e o consideram inconstitucional. A secretária executiva do Comitê de Bacias do Rio Itajaí, Beate Frank, disse que a idéia de criação do código ambiental é positiva, mas ressaltou que vários itens da proposta ferem a legislação nacional. Um exemplo citado pela ambientalista é a proposta de redução de 30 para 10 metros da distância mínima de mata ciliar para cursos d'água para rios com largura inferior ou igual a 10 metros.
        “A intenção da criação do código é positiva, porque a legislação ambiental é muito fragmentada e dispersa. Existem muitas leis tratando de muitas coisas. A reunião disso tudo em um único instrumento legal facilita tanto a gestão quanto o ensino e a orientação. A idéia é muito boa, mas é muito difícil de ser praticada”, argumentou Beate.

        Polêmica

        Segundo ela, o impacto da redução das áreas de preservação permanentes e da mata ciliar é muito sério. “Talvez a melhor forma de explicar o impacto que isso significa seja mostrar as recentes imagens da catástrofe ocorrida aqui em Santa Catarina. Muitos dos deslizamentos – as estradas caindo, as margens de rios cedendo, as enxurradas que arrastaram casas, automóveis e animais – são mostras de que a não-observância dessas áreas de preservação permanentes gera impactos econômicos e sociais altíssimos.”
        Para o presidente da Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina, Carlos Leomar Kreuz, é uma injustiça atrelar o problema das enchentes às ações do estado em termos ambientais. Segundo ele, a discussão do código ambiental é anterior ao fenômeno.
        “Santa Catarina tem 41% de cobertura com mata nativa. Qual é o estado no Brasil, além dos amazônicos, com essa situação? Santa Catarina é um exemplo de preservação. O que aconteceu é uma conseqüência dos fenômenos climáticos globais”, afirmou.
        Beate Frank criticou também a forma como o projeto foi elaborado. “Existem tentativas semelhantes em âmbito nacional há muito tempo e não se consegue avançar. E aqui em Santa Catarina se fez isso de forma bastante rápida, sob pressão, e depois que o órgão ambiental, por meio de consultorias, conseguiu chegar a um documento, não discutido publicamente, a proposta foi encaminha ao governo do estado em março do ano passado”.
        No entanto, Kreuz sustenta que o projeto foi discutido em várias ocasiões com a sociedade civil e
        já conta com 300 emendas. “Só na Assembléia [Legislativa] foram cerca de 10 audiências públicas. Algumas questões têm que ser discutidas, mas lá é o espaço democrático para isso, e as coisas estão sendo discutidas”.

        Preservação

        De acordo com Beate, o Executivo demorou cinco meses para enviar a proposta ao Legislativo. E, quando foi enviado à assembléia, o projeto chegou com mudanças, muitas delas inconstitucionais. “Nesse conjunto de alterações, constatou-se que elas não eram de forma, mas também de conteúdo, incluindo uma lista de aspectos inconstitucionais.”
        Kreuz admitiu que o projeto realmente sofreu alguns "ajustes polítcos", após ser entregue ao governo para atender "demandas do setor produtivo", mas não acredita que as mudanças possam colocar em risco a preservação da região.
        "Santa Catarina é um estado diferente, quase 90% do território é ocupado por pequenas propriedades. Se nós cobrarmos o cumprimento do código federal, inviabilizamos essas propriedades. Em cima disso é que foram feitos os ajustes – o estado precisa de um tratamento diferenciado no que diz respeito ao tratamento do solo", justificou.
        Além da diminuição das áreas de mata ciliar, Beate Frank diz que o novo código ambiental proposto pelo governo de Santa Catarina prevê uma compensação ambiental e a imposição de um prazo mínimo para expedição das licenças ambientais.
        No caso da compensação, a falha, segundo a ambientalista, está no fato de o projeto prever que os recursos serão destinados a outros setores, e não ao ambiental. “Outro assunto muito sério é que o órgão ambiental de Santa Catarina vem sendo sucateado, com um número muito pequeno de servidores. Para contornar isso, [o projeto] diz que, se o pedido de licença não for respondido em dois meses, automaticamente a licença será concedida.”
        Para ela, isso significa praticamente a instalação de um regime de ditadura. “Significa eliminar o órgão ambiental, partindo do pressuposto de que tudo pode funcionar sem ele.”Beate Franck informou que, para evitar que o projeto seja aprovado e implementado da forma com está, o Comitê de Bacias do Rio Itajaí, ao lado das ambientalistas do estado, lançou o Movimento por um Código Ambiental Legal. A iniciativa apóia a implantação do código, desde que esteja de acordo com a legislação nacional e promova a justiça social.
        Fonte: Agência Brasil

        Mangabeira defende o fim do isolamento da Amazonia

        O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, quer tratar da regularização fundiária e ambiental da Amazônia durante reunião que será realizada com os governadores da região no dia 13 de fevereiro, em Boa Vista (RR). Mangabeira defende que as posses com mais de 2.500 hectares fiquem sujeitas ao confisco federal e as posses com menos de 1.500 hectares tenham regularização mais rápida.
        Ele acredita que a medida possibilite a regularização, em três anos, de 80% das posses pequenas e que “os usurpadores vão ficar expostos a luz do dia”.Para o ministro, há posses e propriedades irregulares em função da mudança da legislação. “Muitas vezes são pessoas que estão na região há anos ou décadas, a legislação ambiental evoluiu e essas populações foram colocadas retrospectivamente em uma situação de ilegalidade”, avalia.
        O ministro, responsável pelo Plano Amazônia Sustentável (PAS) lançado em maio do ano passado, defende a recuperação de áreas degradadas no cerrado que há na região. O incentivo (para lavoura, pecuária, manejo florestal ou produção de biodiesel) se daria por meio da cobrança de impostos. “A idéia é mudar o marco regulatório para impor um preço à degradação e oferecer um benefício à recuperação.”
        Outra preocupação de Mangabeira, além das áreas degradadas, é o fato de o extrativismo madeireiro ser, apesar da ilegalidade, uma atividade econômica mais lucrativa do que o extrativismo não-madeireiro, mas sustentável. “Enquanto houver esse descompasso entre o ruim eficiente e o bom ineficiente, nós continuaremos a depender da polícia como muralha protetora da floresta”, prevê.
        Mangabeira Unger também defende propostas polêmicas entre ambientalistas, como, por exemplo, simplificar os procedimentos de licenciamento de obras (especialmente do Programa de Aceleração do Crescimento) e estimular a construção de estradas vicinais. É comum aos defensores do meio ambiente apontar as rodoviais como “vetores do desmatamento”.
        O ministro assinala que a proposta em elaboração prevê rodovias que tenham ao longo do trecho áreas delimitadas de proteção. Para “tirar a Amazônia do isolamento”, o ministro ainda defende a construção de mais eclusas para a navegação nos rios e estímulos para a aviação comercial na região.
        As reservas ambientais devem ser feitas nos pontos críticos de preservação ou nos locais mais próximos. “Quando não for possível estabelecer as reservas legais no lugar original, nós precisamos construir as condições físicas e financeiras para reservas compensatórias em um lugar próximo.” Mangabeira também busca apoio dos governadores para o projeto de lei que vai transferir para os municípios as áreas onde já estão construídas cidades (regularização urbana).
        Fonte: Agência Brasil

        Papagaios ameaçados de extinção são soltos em reserva



        Os papagaios chauá, nome científico: amazona rodocorytha, que foram apreendidos durante a Operação Rosa dos Ventos ocorrida há dois, estão sendo reintroduzidos à natureza, na Reserva Natural da Vale, em Sooretama, Espírito Santo.
        Segundo o analista ambiental do Ibama, Vicent Kurt Lo, o viveiro onde vivem os papagaios foi aberto e a saída das aves será aos poucos. “A medida que os chauás se sentirem a vontade vão voando para longe. Esta reintrodução é gradual e de baixo stress para os animais”, afirma o analista.
        São 38 aves que chegaram à reserva em 2007 para ambientação e foram recuperadas pela Associação Bichos da Mata. "Os papagaios são mais complexos para serem reintroduzidos e muitos estavam em situação precária no momento da apreensão e eles adotam hábitos difíceis de serem retirados, como por exemplo, a reprodução da fala humana", disse Kurt Lo.
        Todos os animais foram identificados com anilhas e microchips além de alguns utilizarem rádios presos aos seus pescoços. Estas medidas foram tomadas para que a segunda etapa do projeto, de acompanhar a vida em liberdade destes papagaios, seja iniciada. Em paralelo a soltura um
        estudo será desenvolvido nos próximos dois anos sobre o comportamento destas aves através da observação.

        Extinção

        A situação da espécie é delicada, pois está ameaçada de extinção no país e já desapareceram em alguns estados brasileiros. A devolução destas aves ganha importância, pois todos os papagaios apreendidos durante a operação estavam em situação irregular com seus criadores e vieram provenientes da venda ilegal do tráfico de animais.
        “Este projeto é grande porque uniu duas Superintendências do Ibama, a do Espírito Santo e a de São Paulo, uma Ong (Associação dos Bichos da Mata - SP), que desenvolve um trabalho sério de criador conservacionista, e Vale, uma empresa privada , que está abraçando a causa neste momento final e de extrema importância para soltura dos papagaios”, concluiu o analista do Ibama.
        Este é o primeiro grupo de Papagaios Chauá que foi repatriado depois de serem recuperados pela Associação Bichos da Mata. Existem ainda quase 100 aves na Ong que estão sendo reeducadas para serem soltas na natureza.

        Fonte: Ibama (Luciana Carvalho)

        Desenvolvimento rural sustentável é objeto de consulta pública

        As Secretarias, do Meio Ambiente e de Agricultura e Abastecimento de São Paulo estão preparando o Programa Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável, que será financiado pelo Banco Mundial.
        O Banco Mundial se orienta por políticas de salvaguardas ambientais e sociais para conceder apoio a um projeto. O objetivo dessas políticas é prevenir e mitigar os danos aos cidadãos e ao meio ambiente no processo de desenvolvimento.
        As políticas fornecem orientações para a identificação, a elaboração e a execução de programas e projetos de forma sustentável. Entre diversos pontos, as normas estabelecem que as iniciativas devem mitigar ou evitar os danos ao meio ambiente, atingindo a maior sustentabilidade possível. Conforme as orientações do Banco, as políticas de salvaguardas permitem uma maior interação entre os atores envolvidos, tornando-se um importante instrumento para resultados mais efetivos e duradouros.
        Dessa maneira, está disponível para conhecimento, comentários e sugestões das partes interessadas, o documento abaixo, que contém informações pertinentes à avaliação ambiental preliminar relativa ao Programa Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável, no âmbito das políticas de salvaguardas do Banco Mundial. O prazo se encerra 30 de janeiro.

        As sugestões podem ser enviadas para o endereço: matasciliares@ambiente.sp.gov.br
        Acesse o link:- Avaliação Ambiental Preliminar
        Fonte: Secretaria do meio Ambiente de São Paulo

        sábado, 17 de janeiro de 2009

        Ecoturismo é pouco usado para despertar educação ambiental, revela pesquisa


        Interessante matéria do site Contas Abertas mostra que o mercado do ecoturismo no Brasil cresce, porém a consciência ambiental fica à margem.


        Em 2008 o mercado movimentou cerca de R$ 495,1 milhões e os números da prática crescem até 30% ao ano no mundo. No entanto, estudo revela que o ecoturismo é pouco utilizado para o desenvolvimento da consciência ambientalista.
        Para o pesquisador da Universidade de São Paulo, Hélio Hintze, a prática produz uma subjetividade consumista e se mostra cada vez mais semelhante ao turismo convencional e distante do exercício de conservação do patrimônio natural. “O uso mercadológico do ‘eco’ atua como uma nova roupagem para o que ainda pode ser antigo”, alerta.O ecoturismo é percebido pelos seus adeptos como uma forma de praticar turismo em pequena escala, na qual a oferta de uma infra-estrutura de apoio sofisticada é um dado menos relevante. Para outros, a prática é definida como um estado ideal de um turismo que minimiza o seu próprio impacto ambiental, desenvolve o respeito cultural e patrocina a conservação do meio ambiente por meio de projetos que promovam igualdade social e redução da pobreza em comunidades locais.

        Modismo

        De acordo Hintze, doutor em ecologia aplicada e autor da dissertação de mestrado “Ecoturismo na Cultura de Consumo: possibilidade de educação ambiental ou espetáculo?”, a utilização do prefixo “eco” funciona como um sedativo para a consciência das classes médias. “Tudo agora é ‘eco’. Por exemplo, automóveis e postos de gasolina ecológicos, ecoresorts, ecoempreendimentos, programas de ecoeficiência em empresas de diversos ramos utilizam-se desta estratégia de marketing. Ser ecologicamente correto está definitivamente na moda”, afirma o pesquisador.“Considero maquiagem todo uso do prefixo ‘eco’ que discursa sobre a preservação da natureza e que em sua prática não assume o ônus desta responsabilidade”, critica. Ele diz que maquiar o turismo é fazer com que a estrutura da comunidade que recebe o turista seja adaptada às necessidades do consumo do cliente. “No ecoturismo é o ecoturista que deve adaptar-se ao local e não o contrário”, destaca. Hintze lembra que, conceitualmente, toda atividade ecoturística deve considerar algum motivo educacional. “Isso é fundamental, pois educando o turista há uma chance de se possibilitar mudanças de atitude do visitante para com a natureza e principalmente para com seu cotidiano”, diz o pesquisador.
        Equívoco
        Ele também acredita que as semelhanças entre a prática do ecoturismo e a do turismo convencional merecem questionamento. “Muitas operadoras turísticas têm se utilizado do ambiente natural apenas como cenário para a realização das atividades. Se o ecoturismo busca ser uma alternativa ao turismo convencional, não será apenas por ser realizado em um ambiente natural ou por visitar casas de pessoas de uma comunidade tradicional que ele poderá obter tal chancela”, afirma Hintze.
        A pesquisa também aponta que existe explicitamente a crença de que por manuais ou materiais impressos se faz educação ambiental. Mas o estudo ressalta que esse tipo de material deve ser utilizado em conjunto a outras ações educativas. “Analisando criticamente a produção deste tipo de material, constatamos que ela é uma prática espetacular”, diz o pesquisador.
        Hintze completa dizendo que, assumindo ares de defensoras do meio ambiente, as empresas interessadas na manutenção de suas áreas de exploração turística unem-se pela causa e produzem informativos para agregar a causa ambiental ao seu logotipo, por exemplo.
        A pesquisa foi apresentada ao programa de pós-graduação em Ecologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP). Foram entrevistados proprietários e gerentes de operadoras de pacotes ecoturisticos na cidade de São Paulo, todas membros da ABETA - Associação Brasileira de Turismo de Aventura.
        A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas no período de maio a dezembro de 2007. Os questionários abordaram os conceitos de ecoturismo, além do propósito e a auto-avaliação das operadoras. Os entrevistados foram questionados, ainda, sobre o planejamento e a aplicação das atividades de educação ambiental nos pacotes ecoturísticos.
        Durante o desenvolvimento da pesquisa, Hintze procurou averiguar a existência de uma preocupação com a educação ambiental nas atividades e pacotes comercializados. “Quanto à questão do planejamento das atividades educacionais, pudemos perceber nas falas dos representantes das operadoras uma espécie de consenso sobre o não embasamento conceitual de tais atividades por eles praticadas”, conclui.

        Fonte: Milton Júnior, Do Contas Abertas